Você sabia que os fatores ambientais e ocupacionais, além de dificultarem a concepção natural, também estão diretamente ligados ao sucesso (ou não) da reprodução assistida? Neste artigo discorreremos sobre a relação entre os fatores ambientais e fertilização in vitro. Confira!
O sucesso do tratamento de reprodução humana depende de diversos fatores. Hábitos como o tabagismo, consumo de álcool e a exposição a outros agentes ambientais, como os pesticidas e produtos químicos em geral podem interferir negativamente na fertilidade tanto feminina quanto masculina, dificultando e reduzindo as chances de fecundação até mesmo nos processos de fertilização in vitro. Sendo assim, podemos afirmar que além do monitoramento e tratamento de doenças ginecológicas e urológicas que estão dificultando a gravidez dos pacientes, é preciso orientá-los a cuidar de seus estilos de vida e do ambiente ao redor para preservar a fertilidade.
Quais fatores ambientais prejudicam a fertilidade e FIV?
De acordo com o artigo Como o estilo de vida e os fatores ambientais podem influenciar na fertilidade publicado pelos Ginecologistas e Obstetras Dr. Giuliano Bedoschi e Dr. Rodrigo da Rosa Filho, existem muitos fatores que devem ser abordados quando casais procuram uma clínica de reprodução humana devido à dificuldade de concepção ou infertilidade de uma ou ambas as partes, pois só assim será possível traçar uma estratégia para o tratamento certo e sucesso da FIV. Conheça alguns exemplos da relação entre fatores ambientais e fertilização in vitro:
Tabagismo: o tabaco é uma das substâncias tóxicas mais consumida no mundo e influencia negativamente a fertilidade de homens e mulheres. Os efeitos nocivos do tabagismo durante a gravidez para o desenvolvimento do feto já são amplamente conhecidos, além de alguns estudos apontarem uma maior prevalência de infertilidade entre as mulheres fumantes, com uma taxa de fecundabilidade mais baixa e maior tempo para concepção. O Dr. Giuliano Bedoschi destacou um estudo de metanálise envolvendo uma compilação de 12 outros estudos sobre o tema, no qual foi constatado um risco de infertilidade entre mulheres fumantes 60% maior do que entre as não fumantes.
Álcool: o consumo excessivo de álcool afeta a fertilidade das mulheres e nos homens está relacionado com a diminuição da qualidade do sêmen e com a impotência sexual. Já o consumo moderado de álcool ainda causa muitas divergências. Os estudos não apontam malefícios em grau elevado para quem consome bebida alcoólica moderadamente, como uma taça de vinho por semana, por exemplo.
No entanto, o Dr. Giuliano Bedoschi alerta que o consumo moderado de álcool está relacionado com diminuição das taxas de gravidez em casais que realizam tratamentos de reprodução humana, sendo indicado que ambos interrompam totalmente o consumo de álcool durante o tratamento.
Sobrepeso e Obesidade: estes são mais dois fatores que influenciam a fertilidade tanto do homem quanto da mulher. O sobrepeso é caracterizado por um índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 29,9Kg/m², enquanto a obesidade ocorre quando há um IMC acima de 30 Kg/m². Nas mulheres a obesidade e o sobrepeso podem estar associados a problemas como disfunção menstrual, fertilidade diminuída, riscos aumentados de aborto espontâneo e complicações obstétricas e neonatais. Já nos homens, a obesidade e o sobrepeso estão relacionados com alterações nos parâmetros do espermograma e, em alguns casos, podem afetar a fertilidade.
Sendo assim, o médico especialista em reprodução humana deve orientar o casal a buscar hábitos de vida mais saudáveis, com a inclusão da prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada, medidas que por si só podem aumentar as chances de gravidez espontânea e dos tratamentos de reprodução assistida.
Substâncias tóxicas e fatores ocupacionais: na avaliação realizada na clínica de reprodução humana deve ser considerado o ambiente de trabalho do casal, uma vez que o contato com algumas substâncias influenciam diretamente na fertilidade reduzindo a probabilidade de fecundabilidade, como o Percloroetileno (usado em procedimentos de lavagem a seco), Tolueno (usado em impressão), Óxido de Etileno, Solventes, Herbicidas ou Fungicidas (diminuem fertilidade e aumentam risco de aborto espontâneo), Chumbo, Dibromocloropropano (pesticida), materiais e tratamentos médicos (como radiofrequência e quimioterapia) e homens expostos ao calor radiante e outros metais pesados têm o risco aumentado de apresentar anormalidades no sêmen.
Condição ambiental do laboratório de FIV: as condições do laboratório de embriologia também podem afetar os resultados dos tratamentos de reprodução humana, por isso a importância de sempre atualizar e revisar processos para otimizar e melhorar os resultados clínicos, além de sempre investir em equipamentos e produtos de qualidade que irão contribuir para o aumento das taxas de sucesso dos procedimentos, uma vez que os recursos utilizados pelo laboratório e seu ambiente em si também são fatores decisivos na fecundação dos embriões e continuidade da gravidez.
Conclusão
Entendeu a relação entre os fatores ambientais e fertilização in vitro? É essencial que o profissional especialista em reprodução assistida realize um estudo acerca das condições ambientais dos pacientes, para que seja possível personalizar uma estratégia que otimize sua fertilidade e aumente as taxas de sucesso da FIV, zelando, ao mesmo tempo, pela sua saúde e bem-estar. Além disso, é essencial investir em tecnologia e equipamentos de ponta, uma vez que só o investimento em recursos cada vez mais eficientes possibilitará o desenvolvimento contínuo das técnicas de fertilização in vitro e a consequente realização do sonho de milhares de famílias.
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