O hemograma é o exame mais solicitado por médicos no mundo inteiro, isso porque ele é um exame de fácil execução e mensuração de resultados que serve como ponto de partida em investigações de diagnóstico e triagem, fornecendo informações importantes sobre a saúde geral do paciente. Neste artigo nós discorremos sobre a importância desse exame no contexto geral e dos processos de coleta para resultados eficientes em investigação de doenças hematológicas. Confira!
O que é um hemograma?
O hemograma é um exame de sangue que pode ser definido como um conjunto de avaliações das células sanguíneas: as hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (responsáveis pelos processos de coagulação do sangue).
Qual a finalidade do hemograma?
A análise clínica dos componentes do sangue tem o objetivo de verificar suas células de forma quantitativa e qualitativa, cujos resultados fornecem o número total de cada um dos componentes e, por meio da comparação com os valores ideais, é possível verificar se a contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas está dentro do esperado.
Além de avaliar a condição do sangue e seus tecidos formadores (em especial a medula óssea), o hemograma tem como objetivo geral verificar a saúde no contexto global, sendo capaz de indicar tanto doenças hematológicas quanto em outros órgãos, incluindo anemias, leucemias e infecções, muitas vezes antes mesmo do paciente apresentar algum sintoma da doença.
Este exame também possibilita a supervisão de um caso clínico, quando já foi detectado algum distúrbio, controlar tratamentos medicamentosos e sua influência no sistema sanguíneo, ou até mesmo avaliar o status hormonal de pacientes que desejam passar por técnicas de Reprodução Assistida.
A coleta
A coleta de sangue é o procedimento mais comum na área de análises clínicas, pois é responsável por viabilizar o diagnóstico de diversos processos patológicos. O cuidado com cada etapa da tiragem do sangue é extremamente importante, com processos que englobam desde a condição do paciente até os materiais e tubos utilizados, pois cada variável pré-analítica pode afetar a qualidade da amostra e interferir nos resultados. Por isso é necessário reduzir ao máximo os fatores interferentes tomando todos os cuidados necessários, além da atenção redobrada com a escolha e utilização de materiais de coleta confiáveis e de qualidade comprovada, visando evitar erros laboratoriais e garantir a integridade dos resultados.
A importância dos cuidados para uma análise efetiva
Uma coleta realizada de forma inadequada ou um paciente que não seguiu as recomendações de preparação são fatores que irão acarretar em alterações no resultado do exame. Mas ao laboratório cabe apenas a responsabilidade pelo procedimento de coleta, ou seja, é necessário tomar alguns cuidados importantes, como:
– Assegurar que o sangue sempre seja colhido com anticoagulantes para evitar sua coagulação e seguir à risca a relação entre a quantidade de anticoagulante e o volume da amostra de sangue coletado, para impedir sua hemoconcentração ou hemodiluição;
– Observar o estado físico do paciente e registrar sua avaliação clínica na ficha ou prontuário, se atentando a sinais que indiquem se ele está desidratado, ofegante, com aparência febril, entre outros, verificar se ele utiliza medicamentos, perguntar sobre o jejum (alguns exames exigem jejuns de ao menos 3 horas), etc.;
– Certificar que o paciente esteja relaxado e com o garrote ajustado de forma adequada;
– Ter todos os materiais para coleta, como seringas e tubos, à disposição e devidamente preparados.
Após a coleta
Assim que a coleta for realizada, os tubos com as amostras devem ser homogeneizados e, em seguida, deve-se remover uma parte para que seja feito o estiraço sanguíneo (esfregaço). Os tubos com as amostras e prontuário do paciente devem ser enviados ao laboratório juntos e em até quatro horas, uma vez que a maioria dos neutrófilos possuem apenas esse tempo de vida em média.
Conclusão
Reduzir os fatores interferentes é uma questão fundamental para evitar alterações nos resultados e a consequente necessidade de repetição da coleta. A evolução dos tubos para coleta de sangue também é um fator importante, que além de possibilitar significativa melhora na qualidade das amostras e eficiência do fluxo de trabalho, também ajudou a aumentar a segurança de pacientes e profissionais de saúde durante o procedimento, proporcionando análises mais assertivas e eficientes para detectar doenças hematológicas.
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FONTES E REFERÊNCIAS:
Coleta de Sangue Venoso – Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC)
Coleta e preparo da amostra biológica – Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC)
Artigo Hemograma e a análise clínica dos componentes do sangue (Blog IBAP)
Artigo Sistema de tubos de coleta e interferentes na análise de sangue (Blog Kasvi)
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